MANUAL DE NECROPSIA e-bog
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Em 2002 eu passei no concurso público do Estado de São Paulo em primeiro lugar no DEINTER-6, região do litoral paulista para uma das duas vagas para o cargo de AUXILIAR DE NECROPSIA POLICIAL, antes de tomar posse do cargo, conversei com o então Diretor do IML de Santos, o Dr. Edson Fuin para que de forma informal e sem ônus para o Estado, eu pudesse participar das necropsias do Instituto Medico...
E-bog
35,06 DKK
Forlag
Bibliomundi
Udgivet
26 juni 2022
Genrer
MMQ
Sprog
Portuguese
Format
epub
Beskyttelse
LCP
ISBN
9781526035356
Em 2002 eu passei no concurso público do Estado de São Paulo em primeiro lugar no DEINTER-6, região do litoral paulista para uma das duas vagas para o cargo de AUXILIAR DE NECROPSIA POLICIAL, antes de tomar posse do cargo, conversei com o então Diretor do IML de Santos, o Dr. Edson Fuin para que de forma informal e sem ônus para o Estado, eu pudesse participar das necropsias do Instituto Medico Legal de Santos, localizado na Av. Martins Fontes, logo na entrada de Santos. Uma vez que eu queria evitar o constrangimento de tomar posse de um cargo público e depois por incompatibilidade profissional ter que pedir exoneração, causando déficit no quadro de funcionários, já minguado. O Dr. Edson Fuin liberou minha participação das necropsias e durante duas semanas eu vivenciei experiências que me marcariam para o resto da vida. Tive aulas gratuitas e de grande profundidade com um dos maiores Auxiliares de Necropsias do Brasil, Almir Mestre. Como eu costumo falar “SENHOR DE TODAS AS NECROPSIAS.”Aqueles dias no Instituto Médico Legal foram dias inesquecíveis da minha vida. Um cidadão comum que nunca trabalhou em área médica ou farmacêutica, repentinamente passa a conviver com a morte nua e crua. Passar parte do seu dia dentro de um Instituto Médico Legal é o máximo que se pode chegar perto da morte violenta, não é a mesma coisa de um serviço de verificação de óbito de um hospital. IML é pesado, é intenso, é cheio de energias, pode se sentir entre os vivos e os mortos com uma intensidade muito grande. Óbvio que o trabalho naquele ambiente cercado de normal éticas, legais e profissionais exige que os funcionários de IML procurem se manter distante e em certos termos “frio” e indiferente emocionalmente para poder sobreviver naquele lugar de dor que nunca acaba. Um silencio sepulcral na parte dos fundos do IML onde os mortos repousam sem nada questionar contrasta com o choro e angustia dos familiares que chegam na parte da frente do prédio em busca de informações e tramites legais sobre o cadáver que horas antes conviviam com estes familiares e amigos. O Auxiliar de Necropsia esta ali, entre os vivos e mortos, entre o silêncio e o grito...